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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Novo curso de Medicina em Portugal




Uma nova polémica gerou-se recentemente no nosso país: a criação de um novo curso de Medicina em Portugal.
É verdade, o novo curso de Medicina que se irá realizar na Universidade de Évora tem gerado uma enorme polémica pois nem todos concordam com esta decisão. A Ministra da Saúde, Ana Jorge, acredita que a abertura deste novo curso de medicina em Aveiro contribuirá para resolver o problema da falta de médicos no país.
Contudo, as opiniões divergem. O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) concorda com a abertura de mais um curso de medicina, pois considera que existe falta de clínicos em Portugal e que esta é uma boa iniciativa, se a qualidade deste curso estiver garantida. No entanto, a Federação Nacional de Médicos (FNAM) receia que o Governo pretenda fragilizar os clínicos ao criar novos cursos de medicina, e considera que não são precisos mais médicos em Portugal, uma vez que a profissão deve ser estável e valorizada.
O curso de Aveiro não é uma iniciativa nova uma vez que a Universidade do Algarve foi pioneira e lançou a primeira licenciatura em medicina de apenas quatro anos e só para quem já é licenciado. A decisão de abrir o curso em Aveiro não agradou a outra Universidade. Segundo António Almeida Dias, da Universidade de Trás-os-Montes, a justificação dada pelo Governo ao facto do curso não abrir nesta instituição foi de que não havia necessidade de abrir mais cursos de Medicina. Mas, pelos vistos, o argumento não foi o mesmo para a Universidade de Aveiro. Este modelo, já usado em universidades americanas e britânicas é, também, posto em causa pelo Bastonário da Ordem dos Médicos, que afirma que o novo curso põe em risco a adequada formação dos estudantes.
Por sua vez, a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) também se manifestou contra a criação de um novo curso de Medicina em Portugal alegando que o modelo e a sua implementação não estão adequados à realidade nacional, "problema de distribuição de médicos por região e especialidade, não um défice do seu número total”. Os estudantes sustentam ainda que apenas uma "adequada planificação dos recursos e consequente adequada distribuição dos médicos por especialidade e região, possibilitará ao Serviço Nacional de Saúde responder às necessidades da população".
Este vai ser o nono curso de medicina no país, e vai entrar em funcionamento no ano lectivo 2011/12 no Edifício das Ciências da Saúde, que será construído de raiz na zona da Agra do Crasto do "campus" da Universidade de Aveiro. A formação é destinada a candidatos que já possuam uma licenciatura (ainda não está estabelecido se será exclusivamente na área da saúde) e terá apenas 50 alunos no primeiro ano de funcionamento.
Esperemos que esta decisão venha, de facto, a mostrar-se uma boa iniciativa e que contribua para o aumento dos profissionais de saúde no nosso país.






A.R.

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